Nada mais
Amei-te, chorei-te, segundos, minutos, horas, dias, semanas e meses a não ter um porto seguro, a sentir tudo escorregar-me pelas mãos, como a chuva escorre pelo guarda chuva, rápido e sem parar, ou como as lagrimas correm pelo meu rosto, devagar e sem parar. Tudo a seu tempo dizias tu, sem pressas, mal eu sabia qual era a tua ideia, de penetrares o meu coração com sentimentos que nem mesmo eu entendo. Porquê ? Porquê eu ? Porquê tu ? É por amar tão rápido e tão devagar ? É por me querer segurar a algo na vida, sim ou não ?

Geralmente quando um rapaz quer deixar uma rapariga, como nos filmes, basta dizer que vai sair para comprar tabaco, mas tu não, tu apenas dizias "até amanhã" e eu acreditava que no dia a seguir voltavas. Passavam-se dias quando voltavas a dar noticias e horas depois vinha o "até amanhã" de novo. Não sei se fui burra ao responder-te, ao ouvir tudo o que tinhas para dizer, mas eu precisava disso na minha vida, de adrenalina, de romance, daquele sorriso ao receber finalmente uma mensagem tua, precisava de me sentir assim, desejada, tua, nua de preocupações.
Sempre que ias levavas mais um pouco de mim contigo, até me teres por inteira, e eu ? eu não ficava com nada, ficava com aperto no coração e cansaço nos braços de esperar dias por ti com eles abertos, abertos para te receber. Porque independentemente de tudo eu precisava de ti .. de ti e nada mais.
- Os olhos azuis