já não sei

17-05-2018

Já não sei mais o porquê de ter ido um para cada lado, o porquê de não nos falarmos, o porquê de ainda olharmos um para o outro com um olhar triste e carinhoso ao mesmo tempo, o porquê de olhares para mim com um olhar de quem tem algo para me dizer mas que ao mesmo tempo tem medo das palavras, medo de falar.

Sinto a tua falta, a falta do teu toque, da tua mensagem, da tua voz, da tua chamada ao fim do dia que me assegurava que tudo estava bem e que estavas e estarias sempre comigo. Na verdade estás, partiste mas ao mesmo tempo ficaste, ficaste naquele autocarro que entras pouco depois de mim, na rua, no café, em todos os lugares que partilhamos e que automaticamente os teus olhos encontram os meus. 

Já não sei como falar contigo e talvez seja por isso que não o faça, já não sei como sorrir para ti, já não sei dos nossos planos, sei de ti, sei de mim, mas já não sei de nós.

Pergunto-me mil e uma vezes o que aconteceria se falasses comigo nem que fosse por um isqueiro mas que falasses, nem que fosse por mensagem mas que falasses. Já não sei como sorris mas sei como sorrias, não sei o porquê de me olhares assim quando quem ainda não decidiu se vai ou fica foste tu porque eu sempre fiquei, no mesmo sitio, com as mesmas pessoas, sempre na mesma hora, sabes onde estou e apareces como se de propósito para me relembrares que nunca te esqueci, que o meu olhar encontra sempre o teu, que por anos que passem nunca estaremos separados, que nunca vamos deixar de comunicar, porque o que a boca não diz os olhos transmitem, e eu já não sei o que é ouvir-te falar 

- Os olhos azuis 

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